Uso este espaço para escrever sobre coisas que gostaria, mas não sabia como. Agora sei. Começo dividindo um segredo: sempre gostei da figura do estudante; de estudar, só mais tarde aprendi e vivenciei seus benefícios. Explico-me.
Não confundo o ato de estudar com o ato de aprender. Aprender sempre me foi prazeroso, e até fácil na juventude. Porém, só hoje enalteço o ato de estudar, essa ação que envolve algum método, diligência e dedicação. Com a idade, tive que aprender a valorizar o estudo, pois a memória já não é tão boa, e o tempo cada vez mais limitado…
Retomo a explanação inicial: a figura de um ou uma estudante, a segurar seus livros aonde quer que fosse, a mim representa o prazer de aprender, de conhecer algo novo. Só atualmente faço essa distinção entre aprender e estudar, e posso afirmar categoricamente que prestigio as duas ações. Aliás, uma pode e deve alimentar a outra. Afinal, são bem prováveis as situações em que aprendemos sem estudar ou estudamos sem aprender. Por isso enalteço a complementaridade entre elas.
Outro ponto que gostaria de compartilhar é minha recente descoberta (nem tão recente assim) de que me identifico com alguns dos valores ditos liberais. Especialmente, sou a favor de um aprendizado liberal, ou educação liberal se preferir. Ou seja, defendo um sistema de aprendizagem que tem como objetivo o cultivo de um ser humano livre, emancipado, autônomo e com pensamento crítico. Mas isso já é assunto pra outro dia…
Eu sempre fui uma pessoa atenta ao que estava ao meu redor. Vivia , por vezes, disperso a condições do que estava a meu redor quando me concentrava em algo. E, para mim, a condição de Estudar e Aprender, funcionava senão como coisas ambivalentes, muito próximas. Como se fosse o outro lado da moeda. Simplesmente.
Sempre entendi que o método pode mudar , mas, as condições tendem a serem as mesmas. Você pode estudar um livro e aprender com um colega ou professor ou aprender com o livro e estudar um colega ou professor. Sim, porque comportamentos, sempre me fascinaram como o motor de um carro a um piloto. Explico : Gostava de ver além das aparências, enxergar nos outros o que os outros não viam. Pouco me importando se era uma pessoa ou um livro, uma música ou uma pintura. Mas, ver além da superfície do que as pessoas enxergavam ou compreendiam, isso sempre me atraiu.
Era fascinado por gibi de super-heróis e viciado em Monteiro Lobato na minha infância. E, me propus a ler todos os fascículos que meu pai trazia antes de serem encadernados e serem postos na instante de casa. Meu entusiasmo durante algum tempo me tornou pouco seletivo, mas, ao mesmo tempo menos preconceituoso ao que fosse de alguma maneira me apresentado.
A ponto de ler gibis, revista Istoé e Manuel Bandeira. Quase que ao mesmo tempo. Tudo era fonte de conhecimento. E tudo me enebriava a ponto de achar estranho que pessoas da minha idade , não compactuassem da minha disposição.
E confesso que me debruçar sobre algo do meu interesse poderia levar horas de uma análise inspiradas e reflexões sobre caderno e olhares perdidos, mas, essa vontade é algo que motiva até hoje. Sempre acho que tempos de leituras nos fazem aprender e até uma frase em um livro ou uma propaganda, podem me causar um efeito devastador. A ponto de retirar nossa convicção e dar uma perspectiva completamente nova.
Entendo quando você diz se identificar com o esteriótipo do estudante ao ato de Estudar e o ato de aprender pelo interesse do que se estuda. Mas, na minha ignorância infantil ou fome de aprender, tais condições nem eram, por mim, consideradas. No máximo a vaidade ou a necessidade de um diploma. Para se chegar a um conceito simples: Meu pai é semi-analfabeto e me ensina em sua simplicidade coisas que me causa, por vezes, severos momentos de reflexão. Por outro lado, pessoas com Egos inflados, tendem a me dar a condição de subestimá-las pelo falta de hábito de refletirem sobre o que falam. Acho que por fim, não conseguia ver do mesmo que jeito que você, mas, porquê não aprender , também, com isso ?
Boa tarde.
CurtirCurtir