Pragmatismo x utopia

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Não consigo evitar uma dicotomia recorrente em minhas reflexões: o real versus o ideal. Quando pensamos em política, os termos se transfiguram em pragmatismo e utopia, respectivamente. Já deixo claro que tendo para o lado pragmático — não me confunda com alguém retrógrado e antiliberal. O espectro de valores liberais é complexo e diverso, cabendo inclusive quem aceite dialogar com quem pensa diferente, em defesa de uma convivência possível.

A meu ver, a maturidade só bate à porta de quem cultiva simplicidade e pragmatismo. Deixemos, então, os arroubos e as utopias para os jovens, que têm mais disposição e tempo a gastar. Faço, contudo, uma ponderação: não nego o quanto um sonho (ou idealização) pode ser pertinente em nossas vidas de vez em quando. Portanto, busquemos o equilíbrio entre o real e o ideal; há tempo e ocasião para cada um deles.

Luiz Felipe Pondé, filósofo e professor, explica conceitos de Michael Oakeshott com competência em sua palestra “Liberal e conservador para além do senso comum”, realizada durante um dos episódios do Café Filosófico CPFL, explicitando a diferença entre Política da Fé, calcada na esperança e na imaginação (utopia), e Política do Ceticismo, associada a uma posição conservadora, com apreço à tradição e aos costumes (pragmatismo). É a alternância e o embate entre essas duas visões da filosofia política que amadurecem o debate e o fazer políticos. Fiquemos com ambas; há espaço e necessidade para cada uma delas também.

 

 

 

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