Por motivos que nem sempre controlamos, acabamos nos deparando com eventos inesperados. Estamos na zona de conforto e, de repente, nossa situação muda; somos pegos desprevenidos. Sem mais delongas: depois de anos trabalhando na área de comunicação, começarei uma nova empreitada em meio ao mundo administrativo.
É curioso como a sensação de familiaridade e rotina pode ser abalada de um dia para o outro, o que não é ruim. Um pouco desconfortável? Isso é, não nego. Acabamos nos limitando sem nem perceber quando fazemos sempre as mesmas tarefas, vamos aos mesmos lugares, conversamos com as mesmas pessoas etc. É hora de estimular novas sinapses nesta minha cachola nem tão nova assim.
Há momentos em que não escolhemos; somos escolhidos. Estou aprendendo a abraçar toda e qualquer oportunidade que me aparece, por mais estranha que ela possa se mostrar inicialmente. Quem sabe não estarei mudando de ares, como quem vai para o interior, em meio à natureza, para descansar e renovar as baterias — é uma boa metáfora para uma transição que chega em boa hora. Que venham as mudanças!
Espero fazer parte do seleto grupo de autores que, pelo menos em algum período da vida, exerceu seu ganha-pão com trabalhos ditos burocráticos para despender toda sua verve e imaginação na literatura. Não é nada mau estar ao lado de expoentes como Machado de Assis, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Euclides da Cunha e Murilo Rubião. Estou disposto e aberto a dançar conforme o vento. Torçam por mim.
Apontamentos de um escritor aos trinta e tantos 