Foto: Rafael Gobbo
Fui recentemente à exposição “Machado de Assims”, localizada no hall de entrada do Farol Santander, na região central de São Paulo. Gostei do que vi. Ao conversar com a moça que estava “guardando” a amostra, pude saber que foram compilados por volta de 2 mil livros para a exposição. Ao notar que vários deles tinham preço, indaguei a mesma moça, que me esclareceu: foram comprados em sebos. Após a amostra, o exemplares serão doados para alguma biblioteca — infelizmente não descobri qual.
O acervo de obras expostas é diverso: inúmeras edições dos clássicos machadianos, coletâneas, traduções etc. Inclusive, notei alguns livros em braile na amostra — apreciei o que pode ser considerado uma ação inclusiva, por menor que seja. Os volumes estão dispostos em estantes geminadas dando corpo a uma biblioteca no formato de duas grandes vírgulas que se encaram ou conversam, como preferir.
Além de poder manusear e ler os mais variados volumes, entre outras ações interativas, pude ver e ouvir Machados virtuais — um mais moço e outro mais velho — citando trechos de suas obras como: “Botas… As botas apertadas são uma das maiores venturas da Terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.” (Memórias póstumas de Brás Cubas, 1881.)
Para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o nosso maior escritor —pelo menos o é para boa parte de quem se interessa, estuda ou trabalha com literatura brasileira —, tenho uma recomendação: vá à exposição! Não será tempo perdido e nem um exercício cansativo: “Machado de Assims” tem apenas 75 m² de área expositiva.