Foto: Rafael Gobbo
Nossa primeira comemoração do Natal é algo que nunca lembraremos. No máximo, estamos com quase um ano quando o dia 25 de dezembro chega. No meu caso, tinha apenas um pouco mais de um mês. São nossos pais e demais parentes que se alegram com a realidade de passar o Natal junto à nova vida que chegou.
Aprendi a gostar do fim de ano por ser um época para reunir a família. Sim, eu sei que nem todo mundo gosta ou quer isso. Mas como não convivia muito com boa parte dos familiares por parte de pai, passar o Natal na casa dos avós paternos era uma forma de reencontrá-los. Infelizmente, ouso confessar que o essencial da data natalina — o nascimento de Jesus Cristo — não era o que me atraia nas festas de dezembro. Gostava da convivência e da partilha sem me importar com quem as inspirou.
Eis a reviravolta: nos últimos dois anos e meio — de 2017 a 2019 — vivi um processo que, por falta de melhor nome, chamarei de conversão. Fui criado em ambiente católico, praticante mais ou menos, sabe como é… Porém, durante a maior parte da adolescência, e durante o começo da fase adulta, considerava a mim mesmo agnóstico. Parecia ser a posição mais sensata a defender: assumir a incapacidade de saber sobre o existência de Deus e outras questões transcendentais.
Isso mudou principalmente após o nascimento de meu filho. Não pude mais conceber um mundo no qual Deus não existisse. O passo a seguir foi vasculhar em qual sistema de crenças eu melhor me encaixava. Descobri que era o cristianismo. Quem diria? Como nos ensinou G. K. Chesterton em seu livro Ortodoxia, se não me engano, descobrir a mim mesmo cristão foi como voltar para casa.
Neste ano da graça de 2019, poderei vivenciar o Natal como se fosse o primeiro. Em outras palavras, celebrarei, com fé renovada, o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que este seja o primeiro de muitos que virão.
Feliz Natal a todos!
Apontamentos de um escritor aos trinta e tantos 