Legião Urbana

Em tempos de quarentena, acabamos por revisitar ou recordar momentos marcantes do passado. Ultimamente tenho ouvido uma das bandas brasileiras que mais aprecio, cujas músicas marcaram minha pré-adolescência e adolescência. Falo da Legião Urbana, grupo que causa reações fortes: ou gosta-se muito ou não se suporta as canções executadas por Renato Russo e companhia. Fica óbvio que faço parte do primeiro grupo.

Mesmo minha esposa, que não gosta nem um pouco da banda, assume aprecia a letra de algumas das canções: “Tempo Perdido”, “Eu sei”, “Fátima” — música lançada pelo Capital Inicial, mas já tocada pelo Renato desde a época do Aborto Elétrico, no início dos anos 1980).

Além de ser a voz de uma ou duas gerações, com muitos jovens se identificando com as letras, há o gosto nostálgico em ouvir a banda mais importante de Brasília. Cresci vendo primos e conhecidos mais velhos escutando ou tocando as músicas da Legião. Gostar da banda era algo que tínhamos em comum; que nos conectava uns aos outros.

Uma curiosidade: anos atrás costumava cantar muitas das canções da Legião, tentando inclusive imitar o timbre do Renato Russo. Modéstia à parte, entoava — e continuo a entoar — relativamente bem algumas delas. Apesar das trocentas bandas que já fazem covers da banda, ainda gostaria de me apresentar em público executando algumas das canções que mais gosto, dentre elas uma que considero uma das melhores: “Metal Contra As Nuvens”.

Compartilho as últimas estrofes para quem se interessar:

“Sou metal — raio, relâmpago e trovão.
Sou metal, eu sou o ouro em seu brasão.
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar —
Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render:
Que caia o inimigo então.

IV

— Tudo passa, tudo passará.

E nossa estória não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer.
Não olhe pra trás —
Apenas começamos.

O mundo começa agora —
Apenas começamos.”

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