
Dentre os poetas que mais admiro, um vem se destacando nos últimos anos. Se na juventude Mario Quintana estava no pódio dos mais lidos, agora quem vem ganhando cada vez mais espaço é Manuel Bandeira. Claro, há outros que acabo revisitando de tempos em tempos, mas o “poeta menor” — termo usado pelo próprio autor paras referir-se a si mesmo em um de seus poemas — ocupa um lugar privilegiado em meu coraçãozinho de aspirante a bardo brasileiro.
Não serei injusto e compartilharei, além dos dois já citados, alguns nomes que, acredito, inspiraram minha forma de escrever (poesia, ao menos): Adélia Prado, Alphonsus de Guimaraens, Álvares de Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Dylan Thomas, Fernando Pessoa (heterônimos e ortônimo), Gregório de Matos e Paulo Leminski. Poderia haver outros, mas como não me recordo, pode ser que não me estimulam, ou o fazem de forma inconsciente, e por isso não tenho como dar os devidos créditos.
Sei que na lista poderia haver mais mulheres; é algo que gostaria que acontecesse com o tempo. Porém, se a lista poderia ser diferente, pelo menos é sincera. Quem sabe Cecília Meireles ou Cora Coralina não acabam entrando. Da Cecília não li quase nada (confesso minha falta!); e da Cora o que li me agrada, mas não sei se o suficiente para vê-la como uma influência literária.
Por que Manuel Bandeira é importante para mim? Porque o considero um poeta completo. Se em sua primeira publicação — A cinza das horas (1917) — tinha uma escrita que se aproximava do parnasianismo e do simbolismo, acabou por abraçar o modernismo em livros posteriores — Libertinagem (1930) é o exemplo mais conhecido — e soube aproveitar o melhor dessas correntes literárias em seus poemas da maturidade: eis a Estrela da tarde (1963) que não me deixa mentir.
Claro, a análise que acabo de fazer é tão superficial quanto todo o texto — aqui não se trata de crítica especializada, nem nada do tipo. A intenção, contudo, permanece: leia poesia, leia nossos poetas e, principalmente, leia Manuel Bandeira.