Aleijadinho

Foto: Correio de Minas

Se não há consenso na hora de escolher quem são nossas heroínas e heróis nacionais, pelo menos é possível identificar personalidades de inegável valor para nossa história e cultura. Por isso, hoje quero falar sobre Antônio Francisco Lisboa, também conhecido como Aleijadinho.

Expoente do barroco e rococó brasileiros, o artista mineiro já foi tema de análise de inúmeros estudiosos desconhecidos e famosos — Mário de Andrade e Manuel Bandeira por exemplo. Mesmo assim, há dúvidas e controvérsias sobre alguns fatos da vida de Antônio Francisco, incluindo a real autoria de algumas das obras a ele creditadas.

Comecemos com seu nascimento: não há certeza se a data certa é 29 de agosto de 1730 ou 1738. Também não se sabe ao certo que doença atingiu o escultor, entalhador e arquiteto brasileiro. Além disso, como já comentado, existe a possibilidade de que algumas peças atribuídas a Aleijadinho terem sido feitas por seus aprendizes. Essa visão talvez indique o desconhecimento de que obras de arte foram, e ainda são em alguma medida, consequência de um trabalho coletivo — mesmo Michelangelo contou com a ajuda de assistentes para pintar a Capela Sistina, e acredito que ninguém irá negar que o tão afamado teto é resultado do ofício do artista italiano, um dos maiores de todos os tempos.

Se como já escreveu Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”, é difícil discordar da grandiosidade do trabalho de Aleijadinho. Mesmo para aqueles que não puderam ainda visitar as cidades históricas mineiras para conferir de perto — grupo do qual faço parte—, ver imagens das igrejas, entalhes e estátuas de Antônio Francisco Lisboa já é uma experiência recompensadora.

Tenho a impressão de que, quando puder ir a Congonhas para ver presencialmente o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos (com sua igreja, adro e capelas), terei a necessidade de me ajoelhar diante de tal monumento e agradecer por ter a oportunidade de conhecer tamanha grandiosidade artística, fruto do engenho e esforço humanos, mas que não seria possível — na minha modesta opinião — sem a influência da graça divina.

Como afirmou o professor André Dorigo em uma de suas aulas sobre o grande artista mineiro, é preciso conhecer as obras de Aleijadinho para poder amá-las e, consequentemente, preservá-las. Façamos isso.

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