
Há dias em que o ar é pesado E nossos pecados nos esmagam! Que chuva é esta que refresca Mas não nos lava a alma? Correria ao Zé da esquina e pediria Um cigarro se ainda fumasse... Ou me embriagaria ao ponto do torpor Se o pouco juízo que tenho se esvaísse... Vejo as altas árvores ao longe E ouço o trinado dos pássaros; Meu telhado agora quebrado; O arco-íris lá fora se forma... Hoje é o terceiro dia de janeiro, Mas poderia ser 19 de novembro: Sem epifania e arrebatamento Todos os dias são iguais... Esmagadoramente iguais!