Em êxtase

Ira misericordiosa que transpassa o coração:
Arrebatamento envolvente dos sentidos!
Prostração ao que é puro e decidido;
Força motriz a conduzir o pobre e o são.

O que me foi dado não posso devolver,
Mas compartilho a escassa colheita
Que com minhas mãos, outrora avarentas,
Ousaram lavrar em tão doce entardecer.

Fogo purificador que queima a iniquidade
E abrasa a alma na presença do Altíssimo!
Calorosos louvores entoados em uníssono;
Viver é mesmo um rasgar-se e remendar-se. 
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